segunda-feira, 31 de março de 2008

Perguntas De Um Operário Que Lê.





Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

...

terça-feira, 25 de março de 2008




Igenuidade

(ELIAS JOSÉ)



Na boca da caverna

qritei vibrando:


-TE AMO!

TE AMO!

TE AMO!


E o eco respondeu,

de dentro da caverna:


-TE AMO!
TE AMO!
TE AMO!


E eu ingenuo, acreditei...


quinta-feira, 20 de março de 2008

Onde estão os responsáveis?




O Bicho


Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus,

era um homem

quarta-feira, 19 de março de 2008

Ô vida



Particularidade


Quase revelei
um dos meus infinitos segredos
e meu cabelo
e meu rosto
e meu desajateitado todo?
qria apenas me divertir um pouco
será que eu não mereço?
como ficarei diante de tanta vergonha patética de ser humana?
nem sei como alcamar os animos
só um comprimido e um pouco de alcóol.
(Sandra Sena)

terça-feira, 18 de março de 2008

=)


Salário



Carlos Drummond de Andrade


Ó que lance extraordinário:aumentou o meu salário
e o custo de vida, vário,
muito acima do ordinário,
por milagre monetáriodeu um salto planetário.
Não entendo o noticiário.
Sou um simples operário,
escravo de ponto e horário,
sou caxias voluntáriode rendimento precário,
nível de vida sumário,
para não dizer primário,
e cerzido vestuário.
Não sou nada perdulário,muito menos salafrário,
é limpo meu prontuário,
jamais avancei no Erário,
não festejo aniversário
e em meu sufoco diáriode emudecido canário,
navegante solitário,sob o peso tributário,
me falta vocabuláriopara um triste comentário.
Mas que lance extraordinário:com o aumento de salário,
aumentou o meu calvário!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Onde esse sistema pode nos levar?


Caminhando pela noite de nossa cidade

Acendendo a esperança e apagando a escuridão

Vamos, caminhando pelas ruas de nossa cidade

Viver derramando a juventude pelos corações

Tenha fé no nosso povo que ele resiste

Tenha fé no nosso povo que ele insiste

E acorda novo, forte, alegre, cheio de paixão

Vamos, caminhando de mãos dadas com a alma nova

Viver semeando a liberdade em cada coração

Tenha fé no nosso povo que ele acorda

Tenha fé em nosso povo que ele assusta

Caminhando e vivendo com a alma aberta

Aquecidos pelo sol que vem depois do temporal

Vamos, companheiros pelas ruas de nossa cidade

Cantar semeando um sonho que vai ser real

Caminhemos pela noite com a esperança

Caminhemos pela noite com a juventude









Lá vinha o bonde no sobe-e-desce ladeira
E o motorneiro parava a orquestra um minuto
Para me contar casos da campanha da Itália
E do tiro que ele não levou
Levei um susto imenso nas asas da Panair
Descobri que as coisas mudam
E que tudo é pequeno nas asas da Panair
E lá vai menino xingando padre e pedra
E lá vai menino lambendo podre delícia
E lá vai menino senhor de todo o fruto
Sem nehhum pecado, sem rancor
O medo em minha vida nasceu muito depois
Descobri que minha arma é
O que a memória guarda dos tempos da Panair
Nada de triste existe que não se esqueca
Alguém insiste e fala ao coracão
Tudo de triste existe e não se esquece
Alguém insiste e fere no coracão
Nada de novo existe neste planeta
Que não se fale aqui na mesa do bar...
E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu
Morria cada dia dos dias que eu vivi
Cerveja que tomo hoje é
Apenas em memória dos tempos da Panair
A primeira Coca-cola foi
Me lembro bem agora, nas asas da Panair
A maior das maravilhas foi
Voando sobre o mundo nas asas da Panair
Em volta dessa mesa velhos e moços
Lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras
Falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua
Vivendo seu normal
Em volta dessa rua, uma cidade
Sonhando seus metais
Em volta da cidade...


:)

segunda-feira, 10 de março de 2008

À vida




Na primeira noite

Eles se aproximam

Colhem uma flor de nosso jardim

E não dizemos nada.
Na segunda noite já não se escondem.

Pisam as flores

Matam nosso cão

E não dizemos nada.
Ate que um dia

O mais frágil deles

Entra sozinho em nossa casa

Rouba-nos a lua e

Conhecendo nosso medo

Arranca-nos a voz da garganta

E porque não dizemos nada,

já não podemos dizer mais nada

Maiakówsky

sábado, 8 de março de 2008

8 de março - Dia Internacional da Luta feminina




• Mulheres feministas, antiimperialistas, antigovernistas, lutando contra o machismo e a exploração e pelo socialismoNeste 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, é fundamental que estejamos unidas enquanto trabalhadoras, resgatando o sentido histórico de nossa luta contra o capital e seus representantes, exigindo a manutenção dos direitos conquistados às custas de nosso sangue e suor e lutando contra a opressão machista, que nos violenta cotidianamente. É preciso explicitar para o conjunto das mulheres trabalhadoras que para conquistarmos o fim da opressão e da exploração, para destruirmos as relações capitalistas é necessário que nossa luta seja direcionada aos nossos inimigos de classe: aos patrões e aos governos.Nesse sentido, é fundamental que essa luta seja tomada pelo conjunto dos trabalhadores, pois a opressão serve para manter e reproduzir a exploração sobre homens e mulheres da classe trabalhadora. É imprescindível dizer em alto e bom som que não há capitalismo sem machismo, assim como não é possível acabar com o machismo sob o capitalismo. Isso é resgatar o caráter histórico do 8 de Março, de um dia de lutas proposto no II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas por Clara Zetkin!É nesse marco que se torna fundamental organizar as mulheres para lutar contra os ataques que estão previstos para este ano, assim como para avançarmos rumo às conquistas de direitos ainda não efetivadas. No Brasil, a retirada dos direitos conquistados vem ocorrendo há décadas e, no último período, o governo Lula é o responsável pela aplicação dos planos da burguesia que atacam a classe trabalhadora. É o governo Lula quem fez a reforma da Previdência, aumentando a idade mínima para aposentadoria, e, agora, está encaminhando outra reforma que, além de aumentar novamente o tempo/idade, atacará mais diretamente às mulheres, diminuindo a diferença em relação aos homens, desconsiderando, assim, a dupla jornada a que estamos submetidas.Esta proposta não considera, também, que a opressão combinada com a exploração tem destinado às mulheres trabalhos repetitivos, além de ter aumentado o assédio moral e sexual. Com esta reforma, quando as trabalhadoras estiveram para se aposentar, suas vidas estarão destruídas pelas doenças profissionais e pelo esgotamento físico e mental. Há ainda a intenção de extinguir as pensões, novamente atingindo as mulheres que por décadas foram donas de casa, muitas vezes submetidas aos desmandos do marido e que ao enviuvar ficarão sem recursos para se manter.O governo estadual de Serra segue nesta mesma linha ao impor mudanças na aposentadoria de professores, uma categoria majoritariamente feminina. É o governo Lula quem encaminhou a proposta de reforma trabalhista, que prevê a flexibilização dos direitos, inclusive da licença-maternidade. É o governo Lula que aprovou a Lei Maria da Penha num dia e cortou 42% dos recursos para combater a violência contra a mulher no outro. É o governo Lula que se declarou abertamente contra o aborto e armou o palanque para a Igreja Católica fazer campanha contra a legalização na Conferência Nacional de Saúde.Não podemos esquecer, também, o ocorrido no 8 de Março de 2007, quando Lula trocou gentilezas com Bush e aliou-se com Serra e Kassab para colocar a Tropa de Choque da Polícia Militar para reprimir a manifestação da mulheres. Por tudo isso, é necessário nomear os responsáveis pelos ataques: Lula, Serra e Kassab, e manter a visibilidade em torno de nossas bandeiras de luta pela garantia dos direitos, pelo fim da dupla jornada de trabalho, pelo pleno emprego, pelo piso do Dieese, pela legalização do aborto, pelo fim da violência sofrida cotidianamente.Nós não vamos abandonar a luta da mulher trabalhadora, não vamos romper com a nossa história de luta. Por isso, não vamos seguir ao lado de organizações que se negam a lutar contra o governo, nosso inimigo de classe, responsável pela violência que sofremos cotidianamente e que, ao agirem dessa forma, tornam-se inconseqüentes com a luta contra a opressão e a exploração das mulheres, favorecendo a manutenção desse estado de miséria e a implantação de planos neoliberais que impõem derrotas às mulheres trabalhadoras.Não concordamos com o caráter que vem sendo impresso ao movimento feminista e, em particular, à organização do 8 de Março, com palavras-de-ordem genéricas, que não enfrentam o governo Lula, que desorganizam a luta. Vamos seguir lutando por uma sociedade justa, sem machismo, sem opressão, sem exploração: uma sociedade socialista.Convidamos todas as lutadoras a construir este 8 de Março para lutar:
Contra as reformas que retiram direitos das mulheres trabalhadoras
Em defesa da aposentadoria e da licença maternidade
Por salários dignos e iguais para homens e mulheres que exerçam as mesmas funções
Pelo pleno emprego para as mulheres na cidade, pela garantia de trabalho digno para a mulher camponesa
Pela construção de creches e escolas públicas de jornada integral que atendam todos/as os/as filhos/as das trabalhadoras
Pela descriminalização e legalização do aborto, garantido na rede pública de saúde, e pela distribuição gratuita de todos os métodos contraceptivos
Pela construção de postos de saúde e hospitais em todos os bairros da periferia, com número adequado de profissionais para atender à demanda
Pelo fim da violência sofrida pelas mulheres
Pelo direito a moradia digna
Contra o preconceito de raça, nacionalidade e orientação sexual

terça-feira, 4 de março de 2008

[Mulher de todo o mundo uni-vos]




Viva a luta de todas as mulheres trabalhadoras e pobres contra a opressão e a exploração

Mais um 8 de Março se aproxima e, neste 2008, estamos comemorando o centenário de nascimento de Simone de Beauvoir. Ela escreveu em 1949 um livro fundamental para a compreensão da problemática feminina, O Segundo Sexo. Nesse livro, que foi um marco na luta das mulheres em todo o mundo, ela diz sua frase que ficou mais famosa: Não se nasce mulher, torna-se mulher. Com isso, Simone de Beauvoir questiona um dos mitos mais perigosos sobre a mulher, de que há uma essência feminina, de que existe A mulher, a feminilidade, o eterno feminino, o ser mulher, o mistério feminino e outras frases do tipo.Essas nada mais são do que palavras que estigmatizam a mulher, são armadilhas que a aprisionam numa suposta diferença original, a exemplo do que também se faz com o judeu e com o negro, para melhor transformá-lo no outro, entendido como ameaçador, o diferente, o não comum. Mesmo quando ditas com boas intenções, essas palavras são o próprio álibi da opressão e da tutela exercidas milenarmente sobre a mulher.Uma ideologia para controlar a mulherO que chamam de “essência feminina” nada mais é do que a fragilidade, a fraqueza, a infantilidade, sentimentos e condições que atingem a todos os seres humanos, homens e mulheres, mas que são entendidos como sendo próprios das mulheres, constitutivos delas. Ser mulher é ser uma pessoa indefesa, insegura, frágil, emotiva e infantil. Como uma criança, ela é sempre vista como alguém que necessita do outro para ampará-la, e esse outro é sempre um homem. A história nos mostra como isso se manifestou em costumes, hábitos e crenças que afetaram profundamente as mulheres. Na China as mulheres tinham os pés enfaixados para que se mantivessem pequenos. Muitas vezes os pés eram quebrados e calcificavam assim, quebrados. Criou-se uma ideologia para justificar esse costume tão brutal, de que os pés pequenos são mais bonitos. Mas a verdade é que faziam isso para a mulher não fugir, já que era tida como propriedade do homem para trabalhar para ele, como escrava. Com os pés enfaixados e pequenos, as mulheres andavam mais devagar, caminhavam vacilantes, inseguras, precisando ser amparadas. Esse andar vacilante lhe conferia um ar de fragilidade e dependência, e ao mesmo tempo conferia ao homem uma posição de superioridade e força.Mas a “essência” feminina tem várias caras. Além da fragilidade, tem também a conotação de ser diabólico, carnal, idéia presente em quase todas as religiões. A mulher representa a carne e o homem, o espírito. A carne é sempre impura, e o papel da mulher é tentar o homem ao pecado. Na maioria dos países muçulmanos as mulheres têm de cobrir-se da cabeça aos pés, para não tentar os homens. Mas na verdade isso também as torna seres mais frágeis, como se não existissem, para não disputar com o homem o direito de herança e da guarda dos filhos. Essas são todas construções culturais e históricas, que foram se transformando no decorrer no tempo, e sempre refletiram as condições sócio-econômicas da sociedade. Daí a frase de Simone de Beuvoir ter sido tão importante para as lutas das mulheres em seu tempo e até os dias de hoje: não se nasce mulher, se faz mulher. Não existe a mulher, ou uma mulher, ou uma essência feminina. O que existe é um ser humano construído historicamente de acordo com as transformações ocorridas na sociedade em que ele vive e a sua realidade material, as suas condições materiais de vida. As mulheres são seres humanos divididos em classes sociais diferentes. Contra essas categorias genéricas, o marxismo mostrou que os homens estão divididos em classes sociais distintas e antagônicas. As que avançam e as que lutamA cada 8 de Março, a propaganda se refere à situação da mulher ressaltando seus avanços, sua liberação, suas conquistas. Falam das mulheres como um todo, como se todas fossem iguais, como se existisse “a mulher”. E a imagem que fica é que as mulheres estão emancipadas e a opressão chegou ao fim. Como exemplo citam Condoleezza Rice, Hillary Clinton, Michele Bachelet, Dilma Roussef e outras tantas que ocupam cargos nos governos e são responsáveis pelas políticas públicas ou têm uma importante ação política.A mídia fala da mulher, nivela todas por igual, e as mulheres não são todas iguais. As mulheres burguesas, as patroas, as proprietárias são diferentes das mulheres trabalhadoras e pobres, das cidades e dos campos. Apesar de serem mulheres, têm vidas muito diferentes, logo, têm interesses diferentes. E enquanto as primeiras estão de fato em uma situação cada vez melhor, as segundas estão cada vez mais pobres, mais oprimidas e mais exploradas.Não somos nós que afirmamos isso. É o órgão máximo do imperialismo mundial, a ONU, cujo último relatório aponta para um fato que desmente todos os discursos da mídia sobre a emancipação da mulher: 70% dos pobres do mundo são mulheres! Isso quer dizer que neste 2008, a pobreza tem rosto de mulher.Então, o que temos a comemorar neste Dia Internacional da Mulher? As mulheres trabalhadoras e pobres têm muito pouco a comemorar, justamente porque estão ficando cada vez mais pobres e cada vez mais exploradas. Cada vez mais, a sua situação de oprimidas vem sendo usada pelo capitalismo para aumentar a exploração da mão de obra feminina, que já é mais da metade em todo o mundo.Por isso as mulheres vêm participando cada vez mais nas lutas políticas e sociais em todo o mundo. Da Palestina ao Iraque, passando por todos os países muçulmanos, pela China, a Índia e a América Latina, as mulheres estão cada vez mais presentes nas lutas, sempre em lados opostos. Neste último período, em alguns países, como Portugal e México, elas conquistaram a legalização do aborto, uma vitória importante nessa sua luta histórica. Mas temos de lembrar que o capitalismo dá com uma mão e rouba com a outra. Na Itália, onde o aborto já é legalizado há muito tempo, a Igreja Católica está jogando todo o seu peso para tentar anular a lei 194 que garante o aborto legal nos hospitais públicos. Por meio dos partidos católicos, está fazendo uma enorme campanha para retirar essa grande conquista das mulheres italianas e já em muito hospitais, os médicos católicos se recusam a fazer o aborto alegando sua crença religiosa. E nos países da América Latina, onde o aborto é considerado crime, milhões de mulheres morrem ou ficam com seqüelas graves por terem de se submeter a abortos clandestinos, sem que o governo faça nada para resolver o problema.Na China, a restauração do capitalismo está fazendo com que as mulheres, que haviam feito grandes conquistas durante a revolução chinesa, agora voltem a ser as mulheres mais oprimidas e escravizadas do mundo. O mesmo vem ocorrendo em Cuba, na Rússia e outros países que retornaram ao capitalismo. A propaganda diz que agora as mulheres têm mais empregos. Mas que tipo de emprego? O avanço das políticas neoliberais reservaram para as mulheres os trabalhos mais precários, mais miseráveis e desqualificados. Em sua grande maioria, elas ainda continuam confinadas aos trabalhos tradicionalmente considerados “femininos”, como a enfermagem, o ensino, a limpeza e sobretudo o setor de serviços, como telefonistas, balconistas, atendentes, e principalmente, no trabalho doméstico. Na maioria dos países do mundo, a proporção de mulheres nos setores de ponta da economia e na indústria não passa de 20 por cento, sempre em postos subalternos e com salários mais baixos. A desigualdade salarial se aprofunda, sendo que em média as mulheres recebem 30 por cento menos que os homens.No entanto, as mulheres hoje já são mais da metade da mão de obra em quase todos os países do mundo. Ocupam um papel cada vez mais importante na economia, sobretudo no campo, e mesmo com a desigualdade salarial e os empregos precários, as mulheres já chefiam, sozinhas, 30 por cento das famílias. No lar, dupla jornada, violência doméstica e destruição da famíliaNeste ano de 2008, as mulheres trabalhadoras e pobres continuam carregando nas costas aquele que é um dos mais graves fatores de sua opressão: as tarefas domésticas. Milhões de mulheres no mundo inteiro deixam grande parte de sua vida no fogão, na pia, no tanque, trabalhos que a embrutecem, que deterioram sua saúde e sua auto-estima, e pelo qual nada recebem em troca. A sociedade patriarcal, que se considera tão moderna e avançada, continua alimentando a ideologia nefasta de que o “lar é domínio da mulher”, e a ela cabe fazer a comida, lavar os pratos, passar a roupa, cuidar dos filhos. Esse é um dos maiores fatores de opressão da mulher porque aquelas que querem exercer uma profissão e seguir uma carreira, ou aquela que precisa trabalhar fora para poder sustentar a casa, deve arcar com a dupla jornada. Depois de um dia de trabalho na fábrica, como operária, na escola, como professora, ou em outro emprego qualquer, a mulher volta para casa e deve ainda enfrentar horas estafantes de trabalho doméstico. O capitalista se apropria desse trabalho não-pago para aumentar suas ganâncias e manter as mulheres superexploradas, recebendo menores salários – o salário da mulher é sempre considerado complementar ao do homem – e sendo uma parte fundamental do exército industrial de reserva, sempre pronta para ser empregada ou desempregada conforme as necessidades do capital.As mulheres negras, jovens e imigrantes sofrem em dobro essa carga de exploração, porque ela se combina com a enorme opressão que pesa sobre seus ombros, o que as torna mais susceptíveis ao desemprego e à semi-escravidão.Na África, milhões de mulheres jovens são brutalmente agredidas a cada ano com as práticas da mutilação genital. Na América Latina, milhões de mulheres vivem em favelas, sem as mínimas condições de criar dignamente os seus filhos, expostos a todo tipo de doenças e agressões. Em todos os países do mundo, a violência contra a mulher avança sem cessar. A cada 4 minutos uma mulher é agredida em sua própria casa pelo marido, o pai, o irmão ou o companheiro. Outro fator de opressão para a mulher trabalhadora e pobre é situação da família. A propaganda exalta a família, como sendo o pilar básico da sociedade moderna. Mas as mulheres trabalhadoras e pobres estão vendo a cada dia suas famílias destroçadas e divididas. O afã de extrair a maior quantidade de lucro possível, explorando e superexplorando os trabalhadores, sejam homens, mulheres ou crianças e inclusive a povos inteiros, está destruindo a família do trabalhador. A busca pelo emprego e melhores condições de vida provoca os movimentos migratórios; a violência urbana leva à morte milhões de jovens nas grandes cidades, e tudo isso é motivo de desintegração das famílias trabalhadoras, com sua conseqüente carga de infelicidade e abandono. A luta pela sobrevivência e a falta de perspectiva futura continuam levando milhões de mulheres à prostituição, a uma vida arriscada, de convívio com a criminalidade e a destruição da auto-estima. E a mesma mídia que exalta a “emancipação da mulher” e a que continua tratando-a como um objeto sexual, um produto de consumo. Como a mulher pode ser emancipada se é comparada a uma garrafa de cerveja, a uma máquina como o automóvel de luxo ou um telefone celular? Os padrões de beleza impostos pela indústria, no seu afã de vender seus produtos, ainda continuam levando milhões de mulheres ao desespero, a doenças como a anorexia, à morte em clínicas de cirurgia plástica. Tudo isso representa um agravamento sem precedentes na carga de opressão que a cada dia pesa sobre os ombros das mulheres.


Caetano Veloso - Você é linda


FONTE DE MEL
NUNS OLHOS DE GUEIXA
KABUKI, MÁSCARA
CHOQUE ENTRE O AZUL
E O CACHO DE ACÁCIAS
LUZ DAS ACÁCIAS
VOCÊ É MÃE DO SOL
A SUA COISA É TODA TÃO CERTA
BELEZA ESPERTA
VOCÊ ME DEIXA A RUA DESERTA
QUANDO ATRAVESSA
E NÃO OLHA PRA TRÁS
LINDA
E SABE VIVER
VOCÊ ME FAZ FELIZ
ESTA CANÇÃO É SÓ PRA DIZER
E DIZ
VOCÊ É LINDA
MAIS QUE DEMAIS
VOCÉ É LINDA SIM
ONDA DO MAR DO AMOR
QUE BATEU EM MIM
VOCÊ É FORTE
DENTES E MÚSCULOS
PEITOS E LÁBIOS
VOCÊ É FORTE
LETRAS E MÚSICAS
TODAS AS MÚSICAS
QUE AINDA HEI DE OUVIR
NO ABAETÉ
AREIAS E ESTRELAS
NÃO SÃO MAIS BELAS
DO QUE VOCÊ
MULHER DAS ESTRELAS
MINA DE ESTRELAS
DIGA O QUE VOCÊ QUER
VOCÊ É LINDA
E SABE VIVER
VOCÊ ME FAZ FELIZ
ESTA CANÇÃO É SÓ PRA DIZER
E DIZ
VOCÊ É LINDA
MAIS QUE DEMAIS
VOCÉ É LINDA SIM
ONDA DO MAR DO AMOR
QUE BATEU EM MIM
GOSTO DE VER
VOCÊ NO SEU RITMO
DONA DO CARNAVAL
GOSTO DE TER
SENTIR SEU ESTILO
IR NO SEU ÍNTIMO
NUNCA ME FAÇA MAL
LINDA
MAIS QUE DEMAIS
VOCÉ É LINDA SIM
ONDA DO MAR DO AMOR
QUE BATEU EM MIM
VOCÊ É LINDA
E SABE VIVER
VOCÊ ME FAZ FELIZ
ESTA CANÇÃO É SÓ PRA DIZER
E DIZ



segunda-feira, 3 de março de 2008

Por quê?

O CAPITAL MATA DE TODO JEITO
Sistema assassino


O capitalismo mata a oposição política;

O capitalismo mata quem nem posição política tem;

O capitalismo mata de fome;

O capitalismo mata de frio;

O capitalismo mata nas guerras;

O capitalismo mata nos protestos;

O capitalismo mata aqueles que atrapalham a sua acumulação;

O capitalismo mata os pobres que querem sobreviver para que não sirvam de exemplo aos outros pobres;

Resumindo: o capitalismo mata de tudo que é jeito!

Segue o desafio e emparedamento aos cães capitalistas sem-vergonhas: quantos o capitalismo matou?

Quantos ainda ele vi matar?

:X

domingo, 2 de março de 2008

Mulher




A mulher brasileira tem lutado ao longo de toda nossa história, para conseguir seu espaço, mesmo vivendo numa sociedade paternalista, preconceituosa e discriminatória.

Mulheres na luta contra a violência e pela emancipação
No período colonial, a mulher era tida como uma propriedade (assim como os escravos). Primeiro propriedade do pai, que arranjava o casamento da filha, como se fosse uma transação comercial; e depois do marido, que esperava que a esposa fosse uma boa dona-de-casa, boa parideira e mãe, sendo-lhe dispensável conhecimento e cultura, para que a mesma não contestasse a condição de submissão exigida por ele. Uma das grandes conquistas femininas da história do Brasil é o direito de votar, pois até 1932 era prerrogativa apenas dos homens. Como símbolo desta conquista destaca-se Carlota Queiroz, a primeira Parlamentar eleita em 1935. Outra vitória deu-se com a criação da lei do divórcio, representando para muitas mulheres sua ?carta de alforria?, pois a partir daí, estavam livres para reescreverem sua história, agora como senhoras de seus destinos. Deve-se observar que apesar de consideráveis mudanças comportamentais da sociedade, ainda prevalece os costumes machistas e discriminatórios. Pais e mães são responsáveis pela educação de seus filhos, podendo influenciar positiva ou negativamente. Com pequenas iniciativas, como por exemplo, ensinar que os trabalhos domésticos são responsabilidade de todos, e mostrar que homens e mulheres são iguais em direitos, independente de raça e credo, pode fazer sua parte para uma sociedade melhor. No campo do trabalho, houve muitos avanços, principalmente com a criação de leis de proteção e incentivo ao trabalho da mulher. Entretanto, restam muitas barreiras a serem derrubadas. Mulheres que exercem os mesmos cargos de homens ganham menos e suas qualificações são pouco reconhecidas, pois seus salários são vistos como complemento na renda familiar. E para chegar a um cargo de chefia é exigida muito mais do que um homem. A mulher enfrenta muitas dificuldades no ingresso ao mercado de trabalho, uma vez que, além da qualificação técnica, ainda exigem beleza (transcrita nos anúncios de emprego como ?Boa aparência?). Apesar de todos esses problemas enfrentados pelas mulheres, hoje passamos por uma revolução silenciosa, que pode ser vista nas faculdades. Em todos os cursos de graduação, especialização, doutorado e pós-doutorado, têm uma predominância do sexo feminino. As mulheres além de ser maioria, são também as mais assíduas, pontuais e muito mais disciplinadas para estudar. Se as coisas continuarem assim, certamente teremos um futuro de muitas conquistas e vitórias para ambos os sexos.


Toda Mulher deveria queimar a Bíblia

Ideologias à parte, toda mulher deveria condenar e queimar tudo o que se refere a este tradicionalismo cristão, que sempre relegou a mulher a um papel subserviente e ordinário. Desde a fábula idiota da criação, quando a mulher é originada da costela do homem até as mais profundas "lições" que a merda da Bíblia nos "ensina", tudo o que se nota neste cristianismo imbecil é o comando da degradação e rebaixamento da mulher. Certas bastartas ainda mantém Blogs cristãos na Internet, criticando o ateísmo e o marxismo, como se abolir a fé das pessoas não fosse a obrigação de qualquer líder que não deseja massas alienadas. Uma mulher ter fé cristá, seja lá evangélica, protestante, católica ou o diabo-a-quatro, é assumir um papel de absoluta alienação.
foi um grande avanço...
...mas ainda há muito a enfrentar. A imagem passada da mulher através da mídia contribui para esse machismo. São retratadas apenas em novelas, programas de auditório, etc. como superficiais e alienadas. Há uma supervalorização do corpo e da beleza e isso praticamente transforma a mulher em um objeto. Suas idéias sobre política, economia, cultura,etc. quase nunca são ouvidas, motivo de sua invisibilidade. E concordo com o companheiro de cima, a maioria das religiões é mesmo muito machista, tratam as mulheres como submissas e sem idéias próprias.


BloG :P