segunda-feira, 10 de março de 2008

À vida




Na primeira noite

Eles se aproximam

Colhem uma flor de nosso jardim

E não dizemos nada.
Na segunda noite já não se escondem.

Pisam as flores

Matam nosso cão

E não dizemos nada.
Ate que um dia

O mais frágil deles

Entra sozinho em nossa casa

Rouba-nos a lua e

Conhecendo nosso medo

Arranca-nos a voz da garganta

E porque não dizemos nada,

já não podemos dizer mais nada

Maiakówsky

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